Paulo Odilon Xisto Filho, acusado de matar a namorada e modelo santa-mariense Isadora Viana Costa, de 22 anos, foi condenado a 12 anos de prisão em regime inicial fechado por feminicídio após três dias de julgamento. O júri terminou na madrugada desta sexta-feira (5). O crime aconteceu em Imbituba, no Sul de Santa Catarina, quando o homem matou a namorada com socos, chutes e joelhadas em 2018.

“Foram dois dias exaustivos, são mais de cinco mil páginas de processo para estudar, mais de 50 horas de vídeo, um júri de estudo exaustivo e de trabalhos exaustivos. A maior tribuna do Brasil, representada pelo doutor Quaresma e pelo doutor Aury Lopes. Mais uma vez o Ministério Público cumpriu com a sua função de defesa da vida e também em defesa das mulheres nesse crime de feminicídio”, pontuou o Promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin.

Os jurados consideraram comprovado que o réu praticou homicídio qualificado pela qualificadora do feminicídio.

“Após sete anos da prática do delito foi feita justiça na Comarca de Imbituba com a condenação do acusado. Além da condenação da pena de reclusão, foi determinada a perda do cargo público”, completou a Promotora de Justiça Patricia Zanotto.

O pai, Rogério Froner Costa, falou sobre o alívio parcial que a condenação trouxe à família.

 “Contente eu não vou estar, mas com a consciência aliviada, o coração um pouco mais leve pra nós tentarmos recomeçar a nossa vida”.

Mais sobre o crime

Segundo demonstrado em plenário, o crime ocorreu na manhã de 8 de maio de 2018. Após uma noite de consumo de álcool e drogas, Isadora telefonou, por volta das 6 horas, para a irmã do réu pedindo que fosse até a casa dele, relatando que o namorado passava mal em razão do uso de entorpecentes. O pedido de socorro teria irritado o acusado, porque assim sua família saberia do consumo de drogas.

Cerca de 30 minutos depois, após a saída da irmã e do cunhado da casa, o réu imobilizou a jovem e passou a agredi-la, causando trauma abdominal e a ruptura da veia cava em decorrência da violência física. A perícia afastou a hipótese levantada pela defesa de que Isadora teria morrido em razão de overdose.

Mesmo diante da gravidade das agressões, o réu demorou a acionar socorro. Entre 7h15 e 7h30, ligou duas vezes para um amigo médico, relatando que a namorada estava convulsionando, e apenas depois acionou o serviço de emergência. Quando os socorristas chegaram ao apartamento, Isadora não apresentava sinais de convulsão, mas estava inconsciente.

Encaminhada ao hospital, a jovem não resistiu. O médico responsável, ao constatar que a situação do corpo não correspondia à versão narrada pelo acusado, acionou imediatamente a Polícia Civil, dando início às investigações que culminaram na condenação.

Durante o julgamento, amigas da vítima relataram episódios em que Isadora demonstrava medo diante do consumo excessivo de álcool e drogas pelo réu. Delegados que atuaram no caso também foram ouvidos e puderam expor, de forma detalhada, os elementos que comprovaram o crime.

Foto: MPSC/Divulgação 

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