Os pais de um bebê de 1 mês e 28 dias, que morreu no dia 27 de novembro no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), foram indiciados por maus-tratos seguido de morte, crime que pode resultar em pena de até 16 anos de prisão. A avó paterna também foi indiciada pelo mesmo crime, já que residia junto com o casal e teria sido negligente.

Segundo a Polícia Civil, o laudo de necropsia ainda não foi concluído, mas, de forma informal, o médico legista adiantou que, além de todas as lesões externas, o bebê apresentava hemorragia craniana.

O casal residia em uma pequena casa, junto da avó paterna, que afirmou jamais ter presenciado qualquer agressão ou visto a neta machucada. Já a avó materna declarou ter visto a criança apenas duas vezes após o nascimento, pois o casal a impedia de conviver com a família.

Ainda conforme o inquérito da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), conduzia pela delegada Luiza Sousa, “a mãe foi ouvida no presídio e relatou ser vítima de violência doméstica, física e psicológica, afirmando que o companheiro monopolizava os cuidados com a bebê e não permitia que ela tivesse contato frequente com a filha”. No depoimento, a mãe ainda disse nunca machucou a criança e que desconhecia quaisquer agressões praticadas pelo companheiro. Questionada sobre as diversas lesões, afirmou que o pai não lhe dava explicações e não tolerava ser questionado.

A mãe está recolhida no Presídio Regional de Santa Maria, enquanto o pai foi transferido para um hospital psiquiátrico em Porto Alegre.

Relembre o caso

No dia 27 de novembro, os pais da criança procuraram atendimento médico devido à febre apresentada pelo filho. Ao examinarem o bebê, os profissionais de saúde ficaram perplexos com seu estado: havia dezenas de hematomas e escoriações por todo o corpo, principalmente no rosto, com ambos os olhos roxos, além de um braço quebrado.

Diante da gravidade do quadro, a criança foi imediatamente transferida para o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), onde foram constatadas outras fraturas antigas, como nas costelas, além de traumatismo craniano. O bebê veio a óbito logo depois.

No Pronto-Atendimento do Patronato, a Brigada Militar foi acionada e conduziu os pais ao CIOSP onde ambos foram presos em flagrante por maus-tratos. O jovem casal, de 19 e 20 anos, optou por permanecer em silêncio. A Polícia Civil representou pela prisão preventiva dos dois, a qual foi deferida pelo Judiciário.

Foto: SM24Horas/Arquivo

Postagens Recentes