As obras do Memorial às Vítimas da Kiss foram retomadas nesta segunda-feira (1º). Os serviços foram paralisados em 28 de fevereiro de 2025 após a necessidade de adequações nos projetos. A ordem de reinício foi assinada pela Prefeitura e pela empresa contratada INFA Incorporadora na última semana e prevê que, não havendo novas intercorrências, a conclusão da edificação ocorra em até 180 dias (seis meses).
O valor original da obra é R$ 4.870.004,68. Os recursos são oriundos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), do Ministério Público do Rio Grande Do Sul (MPRS) – que em maio de 2023 oficializou o repasse de R$ 4 milhões, com contrapartida da Prefeitura (R$ 870 mil). As atualizações nos projetos técnicos foram peças de um aditivo contratual no valor de R$ 705.881,57 que, com a autorização do MPRS, será custeado com o próprio rendimento dos recursos do FRBL. Desta forma, o valor atualizado da obra é R$ 5.575.886,25.
Adaptação do projeto
Após o início da obra, em 10 de julho de 2024, constatou-se a necessidade de adaptação dos projetos aos limites reais do lote, que são menores do que o indicado na matrícula. Isso exigiu intervenções complementares, como drenagem para manejo de águas pluviais, aterros controlados e regularização do terreno. Também houve reclassificação do uso da edificação no Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), devido à possibilidade de locação do auditório a terceiros, conforme decisão da AVTSM. Com isso, medidas adicionais de segurança precisaram ser incluídas, como a construção de um corredor lateral com ventilação mecânica forçada, garantindo a segunda rota de fuga exigida pelas normativas do Corpo de Bombeiros Militar.
Memorial às vítimas da Kiss
A busca pelo Memorial às Vítimas da Boate Kiss ocorre desde 2013, ano em que aconteceu o incêndio na casa noturna e resultou em 242 mortes e em mais de 600 feridos. O projeto arquitetônico foi escolhido por meio de concurso nacional aberto de arquitetura, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) do Rio Grande do Sul em 2018. Ao todo, foram entregues 121 propostas. A escolhida por unanimidade pelo júri como vencedora foi a do arquiteto Felipe Zene Motta, da empresa Motta e Zene Engenharia e Arquitetura, de São Paulo, que prevê um jardim naturalista circular de flores e um auditório. Ao redor, haverá 242 pilares de madeira, cada um representando uma vítima da tragédia.
O memorial terá 383,65m² de área total construída distribuída em um único pavimento e inclui sala de escritório, sala multiúso, auditório, banheiros masculino e feminino, acessos ao auditório, depósito, área técnica, varanda e jardim. A construção terá uma estrutura mista de concreto armado e de madeira laminada colada (MLC).
*Com informações da PMSM
Foto: João Vilnei/PMSM
