Dois agentes penitenciários da Susepe foram presos na manhã desta quinta-feira (19) na operação “Judas, deflagrada pela Polícia Civil (PC), em São Sepé, em combate aos crimes de corrupção ativa e passiva.
Segundo a PC, os agentes de 46 e 49 anos, eram responsáveis pela facilitação da entrada de celularesPresídio Estadual de São Sepé. Além dos servidores públicos, também foram presos um homem de 38 anos, que cumpre prisão em regime de tornozeleira eletrônica e, uma mulher de 43 anos, apontados como membros de uma associação criminosa que realizava a entrada dos celulares no presídio.
Além da prisão, foi realizado o sequestro de uma motocicleta CB Hornet 600F de propriedade do apenado, adquirida com dinheiro ilícito do esquema, licenciada em nome de um “laranja”.
Investigação começou em 2022
A investigação desenvolvida pela seção de investigação da Delegacia de Polícia de São Sepé, teve início no mês de maio de 2022, quando um apenado denunciou o esquema para o Ministério Público.
Na primeira fase, deflagrada em setembro de 2022, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Presídio de São Sepé, no qual o apenado envolvido no esquema era o chefe de galeria. Na ocasião, foram aprendidos cinco aparelhos celulares, dez porções de drogas, além de objetos perfurantes artesanais.
Na segunda fase, deflagrada em novembro de 2022, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências de agentes penitenciários e demais investigados nas cidades de São Sepé, Santa Maria, São Gabriel e Caçapava do Sul. Foram apreendidos diversos telefones celulares, um revólver, pendrives e comprovantes de depósitos bancários.
Após meses de interceptação telefônica e extração dos dados dos telefones apreendidos, foi possível constatar que toda a logística do esquema envolviam agentes penitenciários que facilitavam a entrada dos aparelhos nos dias em que estavam de plantão.
Os celulares chegavam ao Presídio contando com a facilitação por parte dos policiais penais. Por esse motivo esta operação foi batizada com o nome “Judas”.
Além da facilitação da entrada dos telefones/acessórios, os agentes se utilizavam da função pública para oportunizar regalias e tratamento diferenciado ao apenado, e também forneciam informações privilegiadas sobre ações de segurança e procedimentos sigilosos no Presídio.
Carregadores e chips escondidos em potes de doces
Chamou a atenção dos policiais que realizaram as investigações uma das formas de ingresso de chips e carregadores, que eram entregues pelos familiares do apenado aos agentes penitenciários no interior de potes com doce de figo e abóbora.
Até o momento foram identificados pelo menos nove pessoas ligadas à associação criminosa que também serão devidamente indiciadas.
As investigações contaram com o apoio da Susepe, através da Corregedoria e da Delegacia Penitenciária de Santa Maria. A operação foi coordenação pela delegada Carla Dolores Castro de Almeida, titular da DP/São Sepé e contou com apoio de policiais de Santa Maria, Formigueiro e agentes da Corregedoria da Susepe.