O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul ofereceu, na sexta-feira (10), denúncia contra Alexandra Salete Dougokensk, 33 anos, por homicídio doloso quadruplamente qualificado cometido contra seu filho Rafael Mateus Winques, de 11 anos. As qualificadoras são motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. Alexandra também vai responder por outros três crimes: ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.O crime aconteceu no dia 15 de maio, em Planalto, município localizado no norte do Rio Grande do Sul.
O criminalista santa-mariense Daniel Tonetto atua como assistente de acusação. Ele foi contratado pelo pai de Rafael, Rodrigo Winques.
“Foi um crime bárbaro, que chocou o Estado, e esperamos que a Justiça seja feita nos tribunais em breve. A Polícia Civil e o MP realizaram um ótimo trabalho”, ressaltou Tonetto.
Alexandra está presa desde 25 de maio na Penitenciária Feminina de Guaíba.

Daniel Tonetto representa o pai de Rafael Winques. Foto: Arquivo pessoal
Detalhes das qualificadoras conforme o MP
Motivo torpe
A denunciada cometeu o crime por motivo torpe para atender sentimento de dominação e satisfação de controle sobre terceiros, sobretudo pessoas mais frágeis, como era a vítima. “No dia em que estive na casa dela, teve uma passagem que chamou minha atenção. Ela fez questão de ressaltar que os filhos dela eram muito obedientes, que poderia deixar o controle da TV em cima da mesa que eles não mexeriam. Isso me chamou atenção, porque era um pré-adolescente e um adolescente. Ela tinha um comportamento frio. Não abria mão de ser obedecida e faria tudo para não perder esse controle”, detalhou a promotora.
Motivo fútil
Conforme a promotora, a qualificadora por motivo fútil decorre de Alexandra sentir-se incomodada com o fato de Rafael jogar no celular em horário não permitido por ela e por gritar e falar alto enquanto participava de jogos online.
Asfixia
Alexandra concretizou o crime mediante asfixia, utilizando uma corda para estrangular o filho. Em um dos depoimentos, a mãe disse que teria utilizado a corda para arrastar o cadáver. “Se fosse assim, a marca da corda no pescoço seria diferente, em forma de V e não retilínea”, explicou Michele.
Dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima
A mãe fez com que o filho ingerisse o medicamento diazepam sob o falso pretexto de que o auxiliaria a dormir melhor, tendo a criança tomado a medicação sem saber do intento homicida. Após algum tempo, a denunciada entrou no quarto silenciosamente e sem que fosse percebida. Nas mãos, levava uma corda utilizada para estrangulá-lo enquanto estava desacordado, impossibilitando-o de qualquer reação defensiva, tanto pela diminuição da resistência ocasionada pela ingestão medicamentosa como pelo modo que agiu.
Foto: Rafael Winques/Facebook/Reprodução