Santa Maria registrou, entre janeiro e junho de 2021, dez casos positivos de leishmaniose visceral em animais. No total, a Prefeitura realizou 107 coletas para testes em 44 residências, sendo dez casos confirmados e 92 tiveram resultado negativo. Atualmente, cinco amostras coletadas estão do Lacen-RS e aguardam uma segunda confirmação para ser contabilizadas definitivamente como reagentes.
Em pessoas, foram registrados dois casos de leishmaniose visceral. Conforme a Prefeitura, a situação é inédita na história do Município. O primeiro paciente foi um jovem de 20 anos, que, após internação hospitalar e uma bateria de testes, teve o caso confirmado. Ele recebeu tratamento conforme protocolo do Ministério da Saúde e se recuperou bem. O segundo caso foi de um paciente de 58 anos, com histórico de comorbidades, que havia sido internado para tratamento de alcoolismo em uma comunidade terapêutica fora da cidade e, depois de um breve período, retornou a Santa Maria. Foi quando ele se sentiu mal, consultou e precisou ser internado em um hospital, no qual foi descoberto que o homem era portador da leishmaniose visceral. Devido a diversas complicações, o paciente morreu.
Trabalho de coleta no Bairro Divina Providência
A Prefeitura, por meio do setor de Vigilância Ambiental, começou, nesta semana, um inquérito sorológico canino para identificar novos casos de leishmaniose visceral em Santa Maria. O trabalho faz parte do processo de busca ativa de registros da doença. A enfermidade é transmitida por um mosquito, que pica um cão infectado e, posteriormente, uma pessoa, contaminando-a (veja, abaixo, mais detalhes).
A previsão é de que o inquérito dure cerca de três semanas. Serão aproximadamente 45 residências visitadas em uma área do Bairro Divina Providência, na Região Norte, com a realização de coletas em 142 cachorros. A coleta das amostras para os testes rápidos ocorrerão às terças e quartas-feiras à tarde e, caso apontarem resultado positivo, serão enviadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS), em Porto Alegre, para uma segunda confirmação. As residências envolvidas no inquérito já estão pré-determinadas e estão em um raio de 150 metros de onde morava um homem que morreu neste ano depois de ter contraído leishmaniose visceral.
O que é a doença?
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica transmitida por meio da picada de insetos conhecidos popularmente pelos “nomes” de mosquito-palha, asa-dura, tutuquiras, entre outros. De acordo com informações disponibilizadas no site do Ministério da Saúde, esses insetos têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, quando estão em posição de repouso, as asas deles permanecem eretas e semiabertas.
A transmissão ocorre quando fêmeas infectadas picam animais infectados, principalmente cães, e, depois, picam seres humanos. Nesse processo, é transmitido o protozoário Leishmania chagasi, causador da leishmaniose visceral.
Foto: João Vilnei/PMSM/Divulgação