A Polícia Civil (PC) prendeu preventivamente, na noite de quinta-feira (13), um homem de 37 anos por descumprir uma medida protetiva. O indivíduo, que é vocalista de uma banda em Santa Maria, foi detido em Capão da Canoa, no Litoral Norte.
De acordo com a advogada Renata Quartiero, que defende três ex-companheiras do acusado, o homem agredia verbalmente e fisicamente suas ex-namoradas.
“A primeira vítima foi casada com o agressor, sofreu por 10 anos, e era agredida rotineiramente. Porém, ela sempre perdoava o homem, pois a família dele insistia e implorava para que ela não prestasse queixa na Delegacia da Mulher. Após o término do relacionamento, o indivíduo não aceitou o fim da relação e deixou a minha cliente gravemente ferida. Então, ela juntou forças e fez a denúncia na Polícia Civil”, explicou Renata.
Segundo caso
“A segunda vítima conheceu o agressor em um bar em Santa Maria. Depois de algum tempo iniciou o namoro. Com o passar do relacionamento, o homem começou a agredir ela verbalmente e psicologicamente, além de proferir xingamentos contra a minha cliente.
Neste meio tempo, ela conheceu a primeira vítima do agressor, a qual a advertiu para que tomasse cuidado e contou sua história. Quando o homem a ameaçou novamente, sem pestanejar, a minha cliente foi na Delegacia Mulher fazer a denúncia e solicitou medidas protetivas contra o agressor”, contou Renata.
Terceiro caso
“A terceira vítima, da mesma forma que a segunda, conheceu o agressor no mesmo bar, onde ele se apresentava com sua banda, utilizando-se deste mesmo “modus operandi” ele a seduziu. Da mesma forma, no início o agressor era muito sedutor, romântico e atencioso, porém após certo tempo ele começou a agredir a vítima diversas vezes fisicamente e verbalmente.
Contudo, a terceira vítima não teve a mesma sorte que a segunda, pois não conseguiu ser alertada sobre comportamento do homem. Ela foi agredida, levando chutes, empurrões, cabeçadas e teve até objetos jogando em seu rosto, além de ficar em cárcere privado por mais de 5 horas.
Com medo, ela não procurou a polícia em primeiro momento e escondeu o caso de sua família por medo. Porém, ao tomar conhecimento através das vítimas anteriores, que também teriam sofrido o mesmo, ela decidiu procurar a Justiça e também registrou queixa na Delegacia da Mulher e ganhou a medida protetiva, que foi descumprida pelo agressor”, relatou a advogada.
“A Justiça está sendo feita”, diz Renata
Para a advogada Renata Quartiero “esses relatos, mais do que um fato isolado, mostram quanto é importante a luta pelo fim da violência contra a mulher, e quanto a união de todas faz a diferença. Essa prisão faz com que minhas clientes tenham a certeza que a Justiça esta sendo feita. Agora, elas podem dizer que o sentimento de impunidade se acalmou, porém vamos lutar até o fim para que se faça justiça, não somente por elas, mas por todas”, ressaltou Renata.
“Violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, de acordo com a Lei Maria da Penha”, complementou o advogado Thiago Carrão.