Cansados de enfrentar um cenário caótico e de esperar por melhorias que nunca chegam, representantes de escolas estaduais de Santa Maria e região criaram o Fórum dos Diretores do 2º Núcleo do CPERS/Sindicato. O grupo surgiu em 9 de abril e visa enfrentar, de forma conjunta, os diversos problemas encarados nas instituições de ensino.

O primeiro ato do Fórum será realizado na manhã desta quarta-feira (17), às 10h30min, quando será entregue uma lista de reivindicações na 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE), em Santa Maria.

Conforme o diretor do Colégio Estadual Professora Edna May Cardoso, Alan Patrik Buzzatti, o Fórum objetiva criar um diálogo entre as escolas para troca de experiências e prática, além de desenvolver a capacidade de lutarem juntas.

“Na minha escola, graças ao CPERS, avançamos em vários pontos, mas temos uma sobrecarga de trabalho na equipe pelas aposentadorias sem substituições e carga horária para os projetos”, avalia Buzzatti.

A diretora da Escola Básica Estadual Cícero Barreto, Vânia Elizabeth Cunha Pires, explica que instituição sofre com turmas lotadas, fechamentos de turmas e falta de profissionais.

“A rádio escola não está funcionando e temos vários projetos parados. Também não temos funcionário para atuar na biblioteca, que agora é utilizada pelos alunos apenas nas sextas-feiras”, relata Vânia.

Problemas semelhantes enfrenta a diretora do Colégio Estadual Manoel Ribas (Maneco), Rosângela Maria de Freitas.

“A não definição da questão de projetos e falta de recursos humanos, no caso das bibliotecas, são as principais situações que temos hoje”, relata Rosângela.

O Fórum é composto por diretores das escolas Érico Veríssimo, Margarida Lopes, Edna May Cardoso, Santa Marta, Maria Rocha, Olavo Bilac, Padre Caetano, Manoel Ribas, João Link Sobrinho, Paulo Lauda, Paulo Freire, Boca do Monte, Cícero Barreto e Naura Teixeira, de Santa Maria; e Rocha Vieira, de Dilermando de Aguiar.

Problemas relatados pelos diretores:
– Atraso de verbas da autonomia financeira;

– Sobrecarga de responsabilidades das equipes diretivas da alimentação escolar;

– Dificuldades na renovação de projetos importantes para as escolas e comunidade escolar como rádio escola, informática, música, arte, manutenção de computadores, robótica e treinador desportivo;

– Imposição do calendário com a não utilização de sábados para dias letivos, dia D não letivo, desrespeito ao período de férias, principalmente, das escolas que aderiram à última greve;

– Não homologação e fechamento de turmas, enturmação e multisseriação na EJA;

– Enxugamento de recursos humanos com demissões e diminuição de carga horária de contratados;

– Aumento da carga horária frente ao aluno, desrespeitando o direito a hora atividade;

– Não cobertura de laudos e licenças ocasionando a falta de professores em muitas escolas;

– Faltam monitores, agentes educacionais e de professores em setores importantes como supervisão escolar e coordenação pedagógica com a exigência de critérios ultrapassados para a ocupação destes cargos (10 anos de exercício no magistério estadual e cursos na área);

– Fechamento de bibliotecas.

Crédito da foto: Maiquel Rosauro/CPERS/Arquivo