Polícia

A Polícia Federal (PF) em conjunto com a Receita Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (07), a Operação Caementa, em Santa Maria e outros 13 municípios do Estado, além de uma cidade em Santa Catarina. A operação que investiga uma empresa do ramo de concreto,extração e comércio de areia e pedra, e outras 14 empresas resultou na prisão de oito pessoas. Foram sete prisões temporárias e uma preventiva. Os detidos são investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, apropriação indébita previdenciária, omissão de vigência de contrato de trabalho, crimes falimentares, fraude a licitações, extorsão e corrupção.

De acordo com o delegado Diogo Caneda,  da PF de Santa Maria, que esclareceu os detalhes da operação em entrevista coletiva na manhã de hoje, essas 15 empresas eram controladas por um único grupo. Os nomes não foram informados.  Na casa do dono da empresa, os policiais apreenderam R$ 150 mil e U$$ 20 mil. Já na sede da empresa, foram apreendidos caminhões e computadores.

Sonegação e receitas não declaradas

“A estimativa é que o grupo tenha sonegado R$ 35 milhões em tributos e R$ 295 milhões em receitas não declaradas. Eles deixavam de pagar os tributos e ocultavam os patrimônios em empresas não declaradas”, explicou o delegado

Ainda conforme Caneda, “o grupo é dirigido por um casal com ascendência nos negócios da família. Abaixo dos líderes, foram detidas três pessoas que tinham o poder de gestão, outras pessoas que trabalham na parte operacional, inclusive o contador e duas funcionárias do setor financeiro”.

Segundo Caneda, o esquema acontece pelo menos desde o ano de 2009.

“Destas 15 empresas fazem parte pelo menos 500 funcionários e, por enquanto, não temos ordem de interdição das empresas. Uma grande parte das obras de edifícios de Santa Maria e região são realizadas com o fornecimento de material das empresas investigadas, então essa operação poderá impactar nessas obras. O faturamento da empresa é estimado em R$ 1 milhão por dia, são valores expressivos”.

Próximos passos

“Agora vamos fazer análises dos materiais apreendidos e buscar levantar o patrimônio dos investigados. Nós temos um longo trabalho pela frente”.

Policiais investigados

“Estamos investigando policiais que atuavam na liberação de caminhões com excesso de peso, ainda não sabemos se são estaduais ou federais. Estamos trabalhando para descobrir”.

Números da operação  

Mais de 150 policiais federais e 16 auditores fiscais cumpriram 37 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão em 13 cidades gaúchas e em um município do Estado de Santa Catarina, são elas: Santa Maria, Porto Alegre, Bagé, Carazinho, Caxias do Sul, Frederico Westphalen, Garibaldi, Maquiné, Panambi, Passo Fundo, Rosário do Sul, São Sebastião do Caí, Três de Maio e em Balneário Camboriú (SC),

O nome da operação

Em latim,  a palavra caementa significa pedras pequenas.

Crédito da foto: PF/Divulgação