Com o tema “Justiça e prevenção, para que nunca mais aconteça”, a programação em homenagem às 242 vítimas da tragédia da Boate Kiss, que completa 11 anos neste sábado (27), iniciou na noite de sexta-feira (26) com um acolhimento na Tenda da Vigília, montada na Praça Saldanha Marinho, e após seguiu com uma caminhada até o prédio onde funcionava a boate, na Rua dos Andradas. Na ocasião, foram distribuídas máscaras – cada uma com uma frase de reflexão sobre a tragédia – para que os participantes usassem durante o trajeto.
Já por volta das 2h30min deste sábado (27) – que seria o horário aproximado em que o incêndio começou – o nome de cada uma das vítimas foi lido, seguido por um minuto de aplausos e um abraço coletivo, encerrando a vigília.
“Esses 11 anos tem a peculiaridade de anteceder um júri que está chegando no próximo mês, então usamos esse momento para nos reunir e juntar forças para aguentar um novo júri. A gente se reúne, se fortalece, se abraça e, assim, a gente segue em frente”, ressaltou o presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Gabriel Rovadoschi, que também é um dos sobreviventes do incêndio.
Após 11 anos, o caso Kiss continua sem que ninguém tenha sido responsabilizado. O júri que havia condenado quatro pessoas em 2021 foi anulado por questões processuais. O novo julgamento será realizado no dia 26 de fevereiro em Porto Alegre.
A programação segue hoje, a partir das 18h30min, com painéis de discussão em um palco montado na frente da boate.
Confira a programação abaixo:
• 18h30 | Abertura
• 19h | A vida impactada por uma tragédia com Darlei Constante Pisseta (pai de Bernardo Augusto Manzke Pisetta, vítima do incêndio no Ninho do Urubu – Flamengo), Josiane Melo (sobrevivente e irmã de vítima do rompimento de barragem da Vale, em Brumadinho e uma das fundadoras da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho – Avabrum) e Gabriel Rovadoschi Barros (sobrevivente da boate Kiss e presidente da AVTSM).
• 19h50 | Lei Kiss e os perigos da flexibilização com João Vivian (Engenheiro Civil, doutorando em Engenharia de Segurança ao Incêndio e Diretor de Negociações Coletivas Adjunto no Sindicato dos Engenheiros no Estado do RS – SENGE/RS) e Paulo Carvalho (Diretor Jurídico da AVTSM e pai de Rafael Carvalho)
• 20h25 | O incêndio na boate Kiss e suas consequências com Ceres Victora, antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
• 20h40 | A dor de perder um filho e conviver com a impunidade com Marilia Panontin (mãe de Davi Panontin, recém-nascido vítima de negligência médica), Cátia Goulart (mãe do Andrei Goulart, assassinado aos 12 anos), Cibele Viana Costa (mãe de Isadora Viana Costa, vítima de feminicídio aos 22 anos) e Jaqueline Malezan (mãe de Augusto Malezan de Almeida Gomes, 18 anos, vítima da boate Kiss).
• 21h50 | A vida depois da boate Kiss, relato dos sobreviventes Gustavo Cauduro Cadore (médico veterinário e acadêmico de medicina), Maike dos Santos (designer gráfico), Cristiane dos Santos Clavé (funcionária pública e acadêmica da UFSM) e Delvani Brondani Rosso (protético).
• 22h35 Encerramento das atividades