A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (11) a Operação Ânfora, uma ofensiva contra o comércio clandestino de bebidas importadas do Uruguai e da Argentina. A ação desarticula um esquema milionário de descaminho, com base de operações na região central do Rio Grande do Sul. Em Santa Maria, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão; 18 medidas cautelares diversas da prisão; dois imóveis sequestrados e dois veículos foram apreendidos. Em Uruguaiana, os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão e três medidas cautelares diversas da prisão.
A Justiça Federal em Santa Maria determinou medidas cautelares como o sequestro de bens imóveis, apreensão de veículos e bloqueio de valores em contas bancárias até o limite de R$ 2 milhões. Restrições à liberdade dos investigados também foram impostas, incluindo proibição de sair do país, suspensão do direito de dirigir, monitoramento eletrônico e vedação de contatos entre os suspeitos.
Investigação iniciou em 2022
As investigações iniciaram em 2022 após denúncias apontarem a comercialização em larga escala de bebidas estrangeiras em Santa Maria. Desde 2021, o esquema movimentava cifras milionárias e, ao longo das apurações, foram realizadas quatro grandes apreensões de mercadorias, sendo três em 2024.
Além do descaminho, foram identificados indícios de que os envolvidos utilizavam sofisticados meios de ocultação e dissimulação de recursos ilícitos, incluindo operações financeiras realizadas através da conta bancária de uma agência lotérica localizada em Santa Maria.
Mais de mil garrafas de bebidas apreendidas
Na ação de hoje foram apreendidas mais de 1.000 garrafas de bebidas estrangeiras, com indícios de internalização clandestina. A operação busca aprofundar as investigações por meio da coleta de novos elementos de prova, para que se possa desvendar toda a teia de atuação criminosa do grupo. Os bens apreendidos visam assegurar eventual ressarcimento ao erário público, minimizando os prejuízos causados pelo esquema.
Os envolvidos poderão responder pelos delitos de Descaminho, Associação Criminosa e Lavagem de Capitais, com penas máximas que podem atingir 17 anos de reclusão.
A operação contou com a participação de 36 policiais federais.
Imagens: PF/Divulgação