O dia 2 de dezembro é reconhecido como o Dia do Advogado Criminalista. A data de 2 de dezembro foi primeiramente instituída como o Dia do Advogado Criminalista no estado de São Paulo, por meio da Lei nº 6.067, em 1988, mesmo ano da promulgação da nova Constituição Federal. Atualmente, diversos estados e municípios brasileiros também oficializaram a data em seus calendários oficiais, dedicando o dia aos advogados criminalistas.
 
Para saber entender um pouco mais da rotina do criminalista, conversamos com o santa-mariense Christiano Pretto, 35 anos, que é Sócio- Diretor Pretto & Marçal Advogados Associados, pós-graduado em Advocacia Criminal, membro do International Center For Criminal Studies- ICCS, membro da Associação dos Criminalistas do Rio Grande do Sul- ACRIERGS.
 
Como é o dia a dia do advogado criminalista?
 
Na nossa área, não temos horas pré-definidas, embora haja momentos nos quais a rotina se mantenha um pouco estabilizada, em alguns períodos parece que tudo muda e nos perdemos numa “loucura” de horários. A advocacia criminal trabalha, não raras vezes, em regime emergencial, acionando o profissional em momentos bastante peculiares. Pode ser um final de semana, um feriado ou um fim de tarde aparentemente tranquilo. A necessidade de uma petição urgente, talvez um Habeas Corpus, uma revogação de prisão, a urgência de se despachar imediatamente com a autoridade policial ou judicial, uma prisão preventiva, temporária ou em flagrante.
O advogado criminal trabalha em defesa da liberdade e do direito de defesa, que, infelizmente, não têm hora para serem violados.
 
Quais são as dificuldades e desafios do advogado criminalista?
 
A profissão escolhida, reserva muitos desafios na rotina que, muitas vezes, não são expostas na faculdade. Ou, então, não ficam evidentes como deveriam, por exemplo. O advogado criminalista, quando se propõe a atuar na defesa, se vê sozinho com seu cliente frente a toda magnitude do estado. Somado a isso, ainda enfrenta toda a reprovação social que envolve a atuação criminal — especialmente quando há influência direta da mídia. É preciso estar convicto da opção escolhida.
 
Vejo diariamente, que as pessoas só compreendem a importância do nosso trabalho, quando alguém ligado a elas precisa da assistência jurídica. Quando um familiar ou amigo é preso, quem está lá para defendê-lo?O advogado criminalista. Costumo dizer que somos a voz dos direitos daqueles que estão segregados,sendo que essa voz, deve ser respeitada, precisa ter credibilidade, precisa das prerrogativas profissionais consideradas, que não são privilégios, mas garantias mínimas para o exercício digno da nossa atividade.
 
Quais recomendações você poderia dar aos jovens advogados que estão iniciando suas carreiras?
 
Acredito que os jovens que querem seguir carreira na advocacia criminal, primeiramente devem ter como lema a dedicação e amor, atuar de forma sempre combativa e, principalmente, ética e respeitosa, buscando, sempre, a sua especialização, o seu aprimoramento.
 
Seguidamente, quando os jovens advogados do meu escritório, me pedem conselhos sobre a área criminal, costumo dizer que a profissão exige muita dedicação e, não raras vezes, determina que se adie ou deixe de lado certos prazeres pessoais – o que não significa abandoná-los, mas apenas adiá-los – em nome do dever, em nome do direito daquele que necessita do nosso trabalho.