Polícia

A Polícia Federal prendeu 14 pessoas na “Operação Maturin” deflagrada na manhã desta quinta-feira (03) para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em Santa Maria.

Cerca de 120 Agentes saíram para cumprir 20 mandados de prisão preventiva e 26 de busca e apreensão em Santa Maria, Restinga Seca, Júlio de Castilhos, Caçapava do Sul, Arroio dos Ratos e Palhoça (SC). Na ação, a PF apreendeu veículos e imóveis avaliados em aproximadamente R$ 2,5 milhões, além de fechar empresas de fachada e bloquear valores em contas bancárias.

“Era um grupo criminoso que estava estabelecido há pelo menos seis anos aqui (Santa Maria). Nos chamou a atenção a variedade de droga que era oferecida nesse cardápio que circulava em mensagens do whatsapp”, afirmou o delegado o delegado da PF, Leonei Mauri Moura.

Lavagem de dinheiro

Conforme a PF, o líder da organização é um jovem de 24 anos e morava em Santa Maria.

“ O grupo usufruía de recursos provenientes do crime para adquirir bens de consumo, principalmente veículos que eram comprados pelo líder do grupo, e colocado em nome de familiares. Além disto, havia quatro estabelecimentos de vendas de bebidas e um supermercado em Santa Maria que também não estavam registrados no nome da pessoa que era o verdadeiro proprietário (líder do grupo)”, explicou o delegado.

Um dos veículos apreendidos na operação deflagrada nesta quinta-feira. Fotos: PF/Divulgação

Investigação iniciou em 2022

A investigação teve início em agosto de 2022, a partir do encontro de um “cardápio de drogas” (foto abaixo) em uma investigação sobre moeda falsa. A apresentação do cardápio, a quantidade e diversidade das substâncias oferecidas chamou atenção dos policiais, levando à instauração de inquérito policial, com foco específico no tráfico de drogas.

Diligências indicaram que a venda de entorpecentes no varejo ocorria através de aplicativos de mensagens e que a entrega era realizada por mototaxistas capitaneados pela organização. Todos os envolvidos se utilizavam de codinomes e diversos meios para ocultar suas identidades e dos usuários.

A comercialização de drogas no atacado ocorria com a utilização de “mulas”, responsáveis pelo transporte e estoque das substâncias em diferentes cidades. A organização recorria de aplicativos de caronas pagas e aluguéis de imóveis por temporada para operacionalizar a logística do tráfico.

Com o avanço da investigação, a Polícia Federal identificou o líder a organização e mapeou os fornecedores, as pessoas interpostas (laranjas) usadas para lavagem de capitais e os transportadores das substâncias ilícitas. No período de novembro de 2022 a abril de 2023, foram realizadas cinco apreensões de drogas em Santa Maria, Porto Alegre e Gravataí. Foram constatados, ainda, atos de lavagem de capitais, como ocultação de veículos, imóveis rurais e o uso de empresas de fachada para dissimulação da origem ilegal dos recursos.

Líder do grupo usava apelido do palhaço Pennywise

O nome de operação é relacionado à obra “IT – A Coisa” de Stephen King. Na obra, Maturin é uma tartaruga colossal com aparência ancestral, afirmada como eterno inimigo da “Coisa”, criatura personificada na figura do palhaço “Pennywise” (Personagem utilizado como codinome do líder da organização criminosa).

Operação mobilizou 120 policiais.